São Paulo – Cerca de 800
aposentados participaram hoje (24), na Praça da Sé, região central da capital
paulista, de manifestação em defesa de reajuste acima da inflação para os que
recebem benefício superior a um salário mínimo e da extinção do fator
previdenciário. O ato marcou o Dia Nacional dos Aposentados, que foi lembrado
em diversas outras cidades.
Segundo o presidente estadual do
Sindicato dos Aposentados, Hélio Herrera Garcia, embora seja justa, a política
de reajuste maior apenas para quem ganha um salário mínimo pode ser prejudicial
no longo prazo. “Só que dar [aumento] bem baixo para quem ganha acima [de um
salário mínimo] significa que, em alguns anos, todo mundo vai ganhar um salário
mínimo. Perdem não só os aposentados hoje, mas também aqueles que virão a se
aposentar.”
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Os aposentados reivindicam ainda
o fim do fator previdenciário, que reduz o valor do benefício de quem se
aposenta por tempo de serviço antes de chegar aos 60 anos, no caso das
mulheres, e antes dos 65 anos, para os homens.
Para Garcia, a aplicação do
coeficiente de expectativa de vida do fator, usado para calcular o valor a ser
pago, pode gerar distorções. “O fator previdenciário leva muito em
consideração, na hora de fazer o cálculo, a expectativa de vida. A expectativa
da mulher é muito maior. Então, além de ela ter a tripla jornada em casa e ganhar
menos no serviço, na hora de se aposentar, vai perder muito mais com o fator.”
Para o sindicato, uma alternativa
ao fator previdenciário, que não é a ideal pelo sindicato, mas tem melhor
aceitação, seria a Regra 85/95. Com ela, o trabalhador poderá se aposentar
quando a soma da idade e do tempo de contribuição for 95 anos para homens e 85
anos para mulheres. “Seria uma medida que levaria em conta a idade e também o
tempo de serviço. Então é importante discutir essa reivindicação”, disse o
secretário-geral da Força Sindical, João Carlos Gonçalves.
O presidente do Sindicato
Nacional dos Aposentados (Sindinapi), João Batista Inocentini, defende a
reposição do poder de compra na aposentadoria. Ele sugere a criação de um
índice para medir, em nível nacional, o custo de vida real do idoso. “O quanto
ele gasta com medicamentos, para se vestir, para se alimentar e com o plano de
saúde.” Inocentini afirma que, para o idoso, custo de vida é muito mais alto
que o dos mais jovens.
“O medicamento de uso contínuo sobe
muito mais que a inflação, todo os anos e o plano de saúde, às vezes, sobe
500%, dependendo da idade que ele [idoso] atinge”, explica Inocentini. Ele
defende ainda a criação da Secretaria do Idoso pelo governo federal. “Para
discutir a saúde, a distribuição de medicamentos, a moradia, o transporte e
fazer funcionar o Estatuto do Idoso. Pela sugestão do sindicalista, a
secretaria seria vinculada ao Ministério da Previdência Social.
Segundo o Sindinapi, todas as
reivindicações discutidas na manifestação de hoje serão levadas a Brasília no
dia 6 de março, quando os aposentados farão nova manifestação.
Fonte: Agência Brasil
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